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Não se nasce gestor, há um caminho a trilhar

Sempre acreditei que a função de um gestor também é inspirar

Qual o segredo de uma boa gestão? É redundante afirmar que não existe uma fórmula mágica para isso. Assim como não existem cursos específicos para quem almeja uma posição de gestão nesse mercado de trabalho, não estamos lidando como uma ciência exata.

Minha formação acadêmica é absolutamente exata: engenharia, telecomunicações, finanças, 2+2 = 4. Passei por várias posições na indústria farmacêutica até ocupar o cargo de vice-presidente na Medtronic. Dada a exposição na área da saúde, me apaixonei pelas ciências inexatas, onde aprendi que 2+2 pode resultar maior que 4.

Foi assim que construí a minha história da qual me orgulho muito. Sou apaixonado pelo que faço, e sei como há diferença nessa motivação. Um ingrediente básico, na minha opinião, para uma profissão de sucesso.

Sempre acreditei que a função de um gestor também é inspirar, e tive exemplos na minha vida profissional, tantos colegas que me ajudaram e que continuam firmes nessa tarefa, participando diretamente ou não deste caminho. Processo contínuo e constante de aprendizado.

Por ser tão bem acolhido, aprendi que um bom gestor precisa de habilidades técnicas, experiência e boa formação, mas ter em mente que cuidará de pessoas, sejam elas pacientes, colegas de trabalho, parceiros comerciais ou clientes.

Na minha visão, o respeito mútuo sobrepõe-se às regras de hierarquia. É um misto de gestão vertical e horizontal, uma gestão diagonal, em que existem espaços para todos. Um líder precisa ter ouvidos aguçados e agilidade para entender o negócio, mas são as pessoas quem transformam metas em realidade. As agendas atribuladas e os recursos tecnológicos vieram para somar, mas a empatia e a proximidade devem fazer parte do trabalho de um líder.

Trabalho numa empresa global de saúde, me reporto a gestores internacionais, preciso entender as necessidades do negócio, mas sem compreender, relevar e respeitar as necessidades das pessoas que tornam a operação brasileira realidade certamente não teria chegado aonde estou. Temos estratégias comerciais a cumprir, mas são as pessoas quem dão vida e tornam esses interesses e projetos possíveis. Enxergar a diversidade do outro com ética e respeito talvez seja um dos passos para uma liderança assertiva, concordam?

Ainda, por mais que pareça clichê afirmar que a função principal de um gestor é inspirar, mover as pessoas à ação por engajamento com um propósito. Em minha liderança diagonal, costumo desafiar os times questionando, qual o legado que desejamos deixar para nossa sociedade. Ao mantermos o legado em foco, a inspiração virá como consequência, e na soma de 2 + 2, chegaremos a muito mais que 4.